Roteiro 4 dias em Singapura

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Quando estávamos planejando a Volta ao Mundo não pensamos primeiramente em Singapura como destino. Porém, viajar na executiva da Singapore Airlines (confira aqui) era super desejo; assim, a cidade se desenhou como destino para nós.

Foi a nossa quinta cidade do roteiro e vínhamos de Montreal, Tóquio e Seul que foram locais que caminhamos muito e tínhamos muitas atrações para conhecer, por isso esse roteiro é mais relaxado e cheio de “horários” de descanso.

Na verdade, Singapura foi um bom exemplo de como funciona as emissões de passagens por milhas e como nem sempre conseguimos as coisas exatamente como queremos. Acabamos ficando 6 noites na cidade (o que é bastante tempo para lá) pois era o mínimo de tempo que encontramos voos vindo de Seul e partindo de Singapura para Europa. Estávamos bem inseguros quanto se seria bom e o que faríamos com esse tempo, mas a cidade se tornou um ótimo ponto de descanso no nosso roteiro e tornou a nossa viagem ainda mais fascinante.

Singapura

Como Chegar em Singapura

Não temos voos diretos do Brasil mas com apenas uma escala em Doha (Catar), Addis Ababa (Etiópia) ou Europa é possível chegar, já que o país é muito bem conectado com outros grandes centros.

Do Aeroporto ao Centro de Singapura

O aeroporto de Changi (SIN) já ganhou o título de melhor do mundo por diversas vezes e não é por menos. Além de ser muito moderno e bem equipado, ele possui um terminal chamado “Jewel” onde tem uma verdadeira floresta com queda d’água e tudo. Ele serve como ponto de conexão entre os terminais 1,2 e 3 e sem dúvida vale a sua visita quando estiver chegando ou saindo dele. Nós o visitamos quando estávamos saindo da cidade, chegamos mais cedo ao aeroporto e aproveitamos para explorar um pouco.

A melhor opção para quem está com pouca bagagem é o metrô (linha verde) que tem estação dentro do local e que faz conexão na estação Tanah Merah com todas as outras linhas da cidade.

Se estiver muito carregado procure o Ground Transport Desk e contrate um taxi ou van até seu hotel.

Quando ir para Singapura

Pela sua localização equatorial, o clima é quente e úmido quase sempre. A maior diferença fica na época das chuvas que por lá é entre novembro e janeiro.

Mas independente da época que você for esteja preparado(a) para o calor.

Quanto tempo ficar em Singapura

Acreditamos que em 3 dias você consegue explorar as principais atrações da cidade, mas se conseguir alguns dias a mais não será um problema.

Onde se hospedar em Singapura

Essa parte vai depender muito do tipo de viagem que você estiver fazendo, pois devido a grande concentração de riqueza da cidade os preços não são baratos. 

Para hospedagens mais econômicas procure os bairros étnicos (Little India, Bairro Árabe ou Chinatown).

Já para ter mais conforto e boa localização a região da Orchard Road e da Marina Bay são as melhores opções.

Se seu caso foi aproveitar estrutura de Resort e diversão com a família o lugar ideal é o Resort World Sentosa que conta inclusive com um parque da Universal Studios, na ilha de Sentosa.

Obviamente não podemos falar de hospedagem na cidade e não citar o famoso hotel Marina Bay Sands. Teremos um post contando em mais detalhes como é se hospedar por lá, mas já podemos adiantar que vale a pena (se estiver dentro do seu orçamento, é claro). 

A estadia da acesso a incrível área com a piscina de borda infinita – a Infinity Pool que só pode ser acessada por hóspedes – além de todo o conforto que a estrutura do hotel proporciona.

Nós dividimos nossas 6 noites em 3 noites no Marina Bay Sands e 3 noite num hotel na Orchard Road – o Jen Orchardgateway que fica no topo de um shopping e foi uma ótima opção. Ele também conta com uma piscina na parte superior e por ser um hotel menor é menos lotado, o que nos fez aproveitar mais o espaço do que no Marina Bay.

Vista da Piscina de borda infinita do Marina Bay Sands - só é possível acessá-la se estiver hospedado no hotel

O que fazer em Singapura - Roteiro de 4 dias

Os registros dos primeiros habitantes datam do século II d.C mas somente em 1819 foi organizada como cidade unificada a comando da Companhia Britânica das Índias Orientais. 

Durante a Segunda Guerra foi dominada pelos japoneses porém após o conflito retornou ao poder dos britânicos. 

O país é atualmente uma cidade-estado que foi colônia Britânica até 1959 quando ganhou independência interna. Em 1963 se uniu a outras colônias e estabeleceram os estado independente da Malásia, mas apenas 2 anos mais tarde proclamou a sua independência desta nova nação e desde então é um país único.

Com uma área de apenas 716km² e uma população de menos 6 milhões de habitantes, é um dos maiores IDH do mundo e um dos países mais ricos da Ásia.

Sua economia é de indústria e serviços sendo o terceiro centro de refinamento de petróleo do mundo. Além disso, é o quarto centro financeiro do planeta. A riqueza é tão “comum” por lá que dizem que de a cada 35 pessoas, 1 é milionária!

Ah e desde 2016 é oficialmente Singapura (com S) na língua portuguesa – existia muita confusão entre Singapura X Cingapura e o Consulado emitiu uma nota oficial acabando com essa dúvida.

Dia 1: conhecendo a cidade étnica (Little India, Arab Quarter e Chinatown)

Nesse primeiro dia vamos conhecer a parte mais histórica e étnica da cidade. Por ela ser muito jovem, foi formada por diversas nacionalidades que viviam na região antes da sua independência e isso fica evidente nas 4 línguas oficiais (inglês, mandarim, malaio e tâmil).

Little India

Utilize a linha violeta do metrô e desça na estação Farrer Park, desça até Serangoon Road que é a espinha dorsal do bairro e alguns metros para esquerda você chegara ao templo Sri Srinivasa Perumal onde sua torre mostra as diversas encarnações do deus Vishru. Ele foi construído em homenagem à Krishna (que é uma das encarnações de Vishru) e é um dos mais antigos da cidade.

Volte na direção em que você chegou e caminhe pela Serangoon Road até outro templo do bairro. Nesse caminho você encontrará diversas lojas e restaurantes, além de poder observar algumas construções em arquitetura típica indiana. No trajeto também está o famoso Mustafa Center que é uma grande loja de departamentos 24h, porém cuidado para não exagerar nas comprar senão vai ter que ficar carregando o dia todo. 

O outro templo também Hindu é o Sri Veeramakaliamman, dedicado à deusa Kali. Ele foi construído pelos primeiros trabalhadores indianos que chegaram a cidade e ainda hoje é frequentado por pessoas mais simples do bairro. 

Logo à frente, a Dickson Road é a rua onde está um dos hotéis mais famosos do bairro – o Wanderlust Hotel – além de vários restaurantes. 

Para quem quiser uma experiência mais local, o Tekka Center possui um Hawker (que é uma praça de alimentação com diversas bancas de comidas típicas) especializado é claro em culinária indiana.

Siga até a estação Little India, pegue a linha azul e desça na estação Bugis para visitarmos o próximo bairro do roteiro.

Bairro Árabe

O Arab Quarter como é conhecida essa região é a menor das regiões étnicas da cidade. Saia da estação e siga na North Bridge Street até a Mesquita do Sultão entre pela rua lateral e chegue até a Muscat street que se continua com uma rua exclusiva para pedestres (Bussorah Street) onde estão muitas lojas, restaurantes e onde se tem a clássica vista da mesquita. Ela é reservada somente aos muçulmanos em oração mas toda a sua volta é recheada de cultura. 

Desça até a Baghdad Street e volte até chegar na Haji Lane um rua com muitos cafés e restaurantes modernos e alternativos, mostrando a toda a diversidade que a cidade tem.

Retorne até a estação Bugis pegue a linha azul até Chinatown. Outra opção é visitar o SunTec City (um complexo de lojas construído com base no Feng Shui. São 4 prédios idênticos com uma “fonte da fortuna” no meio) que fica há 1km. Algumas vezes por dia a fonte maior se desliga e fica fácil o acesso a fonte interna e diz a lenda que quem encostar nela e der 3 voltar ao seu redor terá prosperidade e riqueza. Não custa tentar né! Dali vá até a estação Promenade e pegue a linha azul para Chinatown

Chinatown

As grandes cidades sempre tem uma região onde a escrita muda, a língua muda e os hábitos são muito diferentes; assim, sabemos que estamos em Chinatown. 

Em Singapura, diferente de outros lugares, não faz muito sentido ter um bairro dedicado já que a maioria da população é descendente de chineses, porém o local ainda é típico e muito turístico.

Saia da estação e siga pela Mosque street até a South Bridge Road nela você encontrará o templo hindu mais antigo da cidade, o Sri Mariamman que data de 1827 e é considerado um Monumento Nacional. 

Um pouco mais à frente você encontra o Buddha Tooth Relic Temple and Museum, um templo budista muito bonito. 

A área de Chinatown possui diversos Hawker (praças de alimentação típicas) onde você pode degustar pratos dos mais variados sabores. Foi em um desses que a primeira comida de rua do mundo ganhou uma estrela no guia Michelin – o Liao Fan. Eles possuem a banca original mas devido ao sucesso abriram um restaurante. 

O prato vencedor foi um frango com com arroz e shoyu. Simplesmente NÃO PERCA SEU TEMPO. Ambiente e comida não nos agradaram. 

Partimos para um restaurante tailandês próximo da estação de metrô – o Sawasdee – que gostamos bastante. Ele fica na Pagoda street uma rua que termina em uma entrada da estação Chinatown. 

Se ainda tiver fôlego vá até a margem do Rio Singapura pela South Bridge Road e você chegará em Boat Quay um porto revitalizado com muitos bares e restaurantes onde é possível aproveitar um final de tarde bem agradável. 

Dia 2: Jardim Botânico de Singapura e Orchard Road

Jardim Botânico

Um dos poucos jardins no mundo a serem considerados patrimônio da UNESCO, foi inaugurado em 1859. Já em 1874 foi passado para o controle da colônia britânica que desenvolveu diversas técnicas botânicas e auxiliou no crescimento do local. Nessa época foi muito importante o aperfeiçoamento da extração e manipulação da borracha, que acabou sendo uma enorme fonte de renda para o país no início do século XX. 

Desde 1928, porém, é mais conhecido pelo seu orquidário com inúmeras espécies – algumas únicas no mundo devido a técnicas de hibridização ali desenvolvidas. 

São mais de 150 anos de história e dedicação que estão em constante atualização e cuidado.

Como Chegar

Depende da onde você estiver, se sair da região do Marina Bay o mais prático é pegar o metrô linha azul e desce na estação Botanic Gardens.

Se estiver na Orchard Road, é mais fácil pegar o ônibus (são vários, mas um exemplo é o 106), ele te deixará na entrada mais tradicional – o Portão Tanglin.

O que visitar

São 82 hectares, portanto querer ver tudo em um dia é difícil (ainda mais com o calor que faz em Singapura!!).

Os jardim são divididos em 4 núcleos: Tanglin – parte histórica, Tyersall – integração das florestas do parque, Nassim (central) – onde está a maior concentração de turistas e Bukit Timah – zona educacional e de descoberta.

Os principais pontos de cada um são:

  • Tanglin: Swan Lake
  • Tyersall: Jardim das Orquídeas, uma das partes mais importantes do local
  • Nassim: Evolution Garden e Palm Valley
  • Bukit Timah: Jardim voltado para as crianças (o Jacob Ballas Children’s Garden)

No núcleo Nassim é onde estão a maior parte dos restaurantes, recomendamos o Halia Restaurant possui uma preparação típica muçulmana (isso significa que todas as etapas estão de acordo com o Al Corão e não servem álcool🙃) e sabores incríveis. Aliás, a melhor massa com trufas que comemos na cidade. 

Obs: não confunda o Jardim Botânico com o Gardens by the Bay que é aquele jardim mais tecnológico e moderno que fica próximo ao hotel Marina Bay Sands.

Orchard Road

Na parte da tarde aproveite para passear pela região de compras da cidade. São shoppings futuristas, muitas lojas (caras ou não) e ótimas opções de restaurantes e cafés. 

A nossa principal dica do local foi o hotel que comentamos antes – o Jen Orchardgateway Hotel. Localizado nos últimos andares do shopping Orchard Central, que além do local de compras em e restaurantes ainda conta com uma estação de metrô, ou seja, mais prático impossível.

O hotel possui um ótimo terraço com piscina com vista para a cidade, um bar bem completo e preços razoáveis (se comparados ao Marina Bay e outros hotéis da cidade). Por ser um hotel menor é mais privativo e conseguimos curtir com mais calma a piscina por ali.

Ficando algumas noites ali, fica fácil de explorar esse lado da cidade e ainda aproveitar mais uma vista incrível!

Vista da piscina do Hotel Jen Orchardgateway que fica sobre um shopping na Orchard Road

Dia 3: Explorando a Marina Bay

A região mais conhecida da cidade. A Marina Bay fica no coração de Singapura e possui algumas das paisagens mais icônicas.

Além de ser uma região com prédios comerciais próximos, é muito turística. Diversos restaurantes com mesas externas e um enorme calçadão circunda o lugar. 

Photo by Guo Xin Goh on Unsplash

Principais pontos

Estátua Merlion: o leão é um dos símbolos da cidade. Conta-se que o príncipe fundador da ilha viu um leão e assim batizou a cidade, porém a região não possui esses animais, provavelmente ele viu um Tigre Malaio.

Marina Bay Sands: do outro lado da baía fica o famosos hotel com seus 55 andares. 3 torres que seguram uma imensa estrutura onde está a Infinity Pool, a piscina de borda infinita nas alturas. A piscina tem acesso exclusivo somente para hóspedes do hotel. Muito além de um hotel, o espaço é um shopping, mega cassino e possui restaurantes incríveis que são abertos ao público.

Por lá você encontrará a nova loja da Apple e a maior Louis Vuitton do mundo, ambas sobre ilhas flutuantes com acesso subterrâneo!

Photo by Meriç Dağlı on Unsplash

Ponte da Hélice (Helix) que possui uma construção futurística e que leva até a Singapore Flyer, que é a roda gigante da cidade.

Singapore Flyer: a roda-gigante da cidade fornece vistas espetaculares e funciona durante a noite também.

Gardens by the Bay: fica atrás do hotel e é um jardim com elementos tecnológicos. Possui diversas partes temáticas e o show fica por conta do espetáculo noturno das luzes no Web of Life. Caminhar pelo parque e assistir ao show é gratuito. Eles possuem, inclusive, uma floresta tropical dentro de uma estufa (Cloud Forest) – sensacional.

Combine o show de luzes do hotel com o espetáculo dos Jardins, é um depois do outro. Todo mundo faz a “peregrinação”.

Se for possível se hospedar no Marina Bay Sands, utilize esse dia para curtir a piscina e o hotel e conhecer esses arredores. Outra opção para esse dia é fazer um passeio de barco pelo rio Singapura.

Gardens By the Bay iluminado à noite

Dia 4: Ilha Sentosa

Sentosa significa paz e tranquilidade em malaio, porém a sua história não é tão alegre assim. No séc XIX fortes foram construídos para proteger a cidade e durante a 2ª guerra foi transformada em prisão pelos japoneses depois deles invadirem Singapura. Somente após a independência do país que a ilha ganhou esse nome e foi transformada em ponto turístico.

Como chegar

A ilha fica ao sul da cidade e é possível acessá-la a partir do VivoCity um shopping que fica na margem do rio. Dali é possível ir:

– a pé pela Sentosa Boardwalk: uma tranquila caminhada (inclusive com esteiras rolantes)

– Bondinho (Cable car): pegue a partir da Harbourfront Centre e vá até a ilha pelas alturas.

– Sentosa Express: compre o tíquete no 3ª andar do VivoCity e é a melhor opção para quem vai visitar as praias.

Na ilha o transporte é gratuito e feito por ônibus do próprio local.

Vista aérea do Complexo de Parques e atrações de Sentosa

O que fazer

A ilha conta com o Resorts World Sentosa que é um complexo de vários hotéis e atrações, é ali que fica a Universal Studios de Singapura (além de Cassino, oceanário entre outros).

Para quem gosta de aventura a ilha conta com diversos passeios por trilhas, escaladas e até um bungee jump de 50m de altura. 

O Wings of Time é um espetáculo com luz, som e água que acontece todas as noites na ilha.

Por lá, também encontramos diversos Beach clubs com uma ótima estrutura para sentar e relaxar ao sol. A praia mais famosa é a Palawan mas quem gosta de um pouco mais de sossego a Tanjong Beach é a mais indicada. 

Tanjong Beach Club: ótimo local para passar o dia com tranquilidade.

Nós fomos no Tanjong Beach Club que achamos que ia ser uma “furada” mas acabamos passando o dia todo por lá e adoramos! No final de semana eles cobram consumação para sentar nos sofás mas vale a pena se você tiver tempo para curtir. 

Na ilha está a maior estátua do Merlion (o leão) da cidade com 37 metros de altura.

A ilha não é uma parada obrigatória da cidade, mas caso você tenha um dia a mais ou esteja viajando com crianças sem dúvidas vai aproveitar muito.

Ficou com vontade de visitar Singapura? Possui alguma dica diferente? Deixa nos comentários!

Continuem Reservando pelo Mundo conosco e até a próxima.

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