A cidade mais antiga da África do Sul (pelos registros históricos europeus, pois foram encontrados traços de civilização datando cerca de 10.000 AC no local) data de 1652 o contato permanente com a Europa através da Companhia Holandesa da Índias Orientais que ali firmou um porto de a passagem dos navios. Depois de muitas disputas, em 1814 o controle do território foi passado para o Reino Unido e assim se manteve até a independência do país.
Além da importância histórica e política (é a capital Legislativa do país), a cidade é uma das mais famosas e visitadas da África do Sul e não é por menos, por lá encontramos de tudo um pouco: belezas naturais, desenvolvimento urbano, cultura africana, cozinha internacional.
- Moeda: Rand (ZAR)
- Idioma: Inglês, Africâner (11 idiomas oficiais)
- Necessita vacina? Sim, febre amarela
- Visto: Não
- Carro de aplicativo: Sim
- Fuso horário: UTC+2 (5h a mais que horário de Brasília)
- LGBTQIA+ friendly: sim
Cidade do Cabo
Como chegar
Infelizmente não há voos direto do Brasil para Cape Town, a rota é feita via Joanesburgo, mas você pode comprar o bilhete com destino na cidade do Cabo.
Se você já estiver dentro do país (geralmente Kruger ou Joanesburgo) o meio mais fácil também é o avião devido à distância desses locais em relação ao cabo.
Quando ir
A cidade oferece um clima agradável durante o ano inteiro, por ser próxima ao mar a variação de temperatura é menor; porém a época de maio a agosto é a mais chuvosa.
Quanto tempo ficar
Cape Town é o tipo de cidade que quanto mais tempo se fica mais tempo se descobre novas coisas para ver e fazer, mas o ideal seria pelo menos 4 dias inteiros (se disponibilizar de 15 dias de viagem programe 5-6 dias inteiros por lá).
Onde se hospedar
Não espere encontrar uma região onde você vai poder fazer tudo a pé, pois esse não é o tipo de turismo que se consegue fazer na cidade; o ideal, no entanto, é reservar em uma região que tenha principalmente restaurantes próximos e seja de fácil mobilidade.
Para isso, um dos melhores locais é a região do Waterfront (o porto revitalizado da cidade que se transformou em uma grande área de lazer, compras e alimentações). De lá partem vários passeios e o acesso ao transporte é facilitado.
A praia de Camps Bay também é um ótimo lugar para se hospedar, principalmente, se você gosta de estar próximo ao mar e ter aquele clima de praia no seu dia. A área é bem badalada de bares e restaurantes e possui um pôr-do-sol com um dourado único.
O centro da cidade possui bons hotéis com boa localização, já que ficam próximos aos museus, praças e uma das principais ruas da cidade: a Long Street – uma rua com diversos bares, restaurantes, baladas e muitos jovens na rua.
O que fazer - dividido por regiões
Centro
Long Street
Como o próprio nome dela já diz é uma rua longa que corta o centro desde as docas até quase a table mountain (em uma altura ela troca de nome), mas ela é conhecida na verdade pela sua vida boêmia tanto de dia quanto de noite. Pela manhã e tarde você pode observar muitos turistas pelas lojas de artesanato, cafés e restaurantes; à noite, a rua continua cheia, mas agora de frequentadores de bares e baladas. Alguns restaurantes temáticos como o Mama Africa ficam nessa rua.
O local representa muito bem o cenário africano entre o moderno e a tradição, porém com uma visita rápida de algumas horas você já consegue ter uma boa ideia e se for do seu agrado, retornar à noite para um jantar ou balada.
Bo-Kaap
Esse é o tradicional bairro de casas coloridas e além da beleza e do destaque das cores, ele conta muita história. Foi um bairro sempre considerado de periferia, primeiro local de morada dos escravos e durante o regime do Apartheid uma favela onde os negros moravam; até que a população resolveu pintar suas casas para mostrar a diversidade do seu povo! Uma demonstração de força de um povo que sempre sofreu muito. É possível fazer visitas guiadas ou somente caminhar pelas casas.
Jardim da Companhia das Índias Orientais
Um terreno amplo, no meio da cidade e que abriga um parque muito bonito, cheio de vida e lugares para um bom descanso. Ao redor dele ficam vários museus: Museu da África do Sul, Museu Judeu e o Museu da Escravidão.
Museu da Escravidão
Do outro lado do jardim, entre a Catedral de São Jorge e a Igreja Groot Kerk, está um museu que conta essa história terrível que o europeu (e depois vários outros povos) fizeram a comunidade africana passar.
Aqui fica uma ressalva para sempre nos lembrarmos quando vamos à África que a história deles não começou na escravidão; eles são, sim, descendentes de reis e rainhas de grandes impérios africanos que foram massacrados pela cultura branca.
Castelo da Boa Esperança
Na verdade, é uma construção fortificada e tem o título de prédio intacto mais antigo da África do Sul, sua edificação foi realizada pelos Holandeses entre 1666 e 1679 para defender a cidade. Naquela época foi realizado um aterro do lugar para a construção do forte.
Dentro dele pode-se encontrar um pequeno museu que nos conta a história da construção do lugar, das viagens dos holandeses e da escravidão.
Na parte externa, é permitido subir ao topo da forte e caminhar pelos corredores de pedra; de lá é possível ter ótimas visões tanto da cidade quanto da Table mountain – uma representação perfeita do que é Cape Town: a união entre a natureza e a modernidade.
District Six
Esse bairro nos remonta ao período bizarro e vergonhoso que foi o Apartheid (regime de segregação racial instituído como politica nacional de 1948 a 1994), pois ali de um dia para o outro foi designado que seria uma área de brancos e mais de 60.000 pessoas foram expulsas de suas casas (obviamente sem receber quase nada em troca) para o subúrbio.
No local encontramos uma igreja que nos remonta a essa época com vários relatos, pertences pessoais e marcas desse período que é sentido até hoje.
Região do Waterfront Victoria & Alfred e Robben Island
O complexo do Waterfront, da forma como conhecemos ele hoje, foi construído a partir de 1990. Até esse momento o local era porto que fornecia suplementos desde o início da cidade em 1654. No século XIX e início do século XX, levados pela descoberta do ouro e diamantes os empresários ampliaram as construções das bacias que rondam o porto.
Hoje em dia, é um centro de compras, lazer, alimentação e turismo. É composto pelo Victoria Wharf Shopping que tem desde lojas de departamento até marcas de luxo como Gucci, Prada e Burberry; área externa com diversos restaurantes e algumas lojas; e hotéis como o Victoria & Alfred hotel, One&Only (um dos mais luxuosos da cidade), Table Bay, entre outros.
Robben Island
É de uma parte do porto que parte o ferry para visitar a Robben Island, a prisão política utilizada na época do Apartheid que abrigou diversos políticos, inclusive Nelson Madela por 25 anos. O trajeto de ferry dura 45 minutos e você adquire o tíquete aqui, sugiro marcar com antecedência para evitar que você fique sem ingresso para o dia. Toda a visita lá é guiada e a história é contado por antigos presos políticos do local (esse é todo o diferencial!).
Durante a visita, entramos nas instalações e podemos observar a situação de tortura psicológica e física que os presos eram submetidos. Inclusive, nos mostram um campo com pedras em que os presos deveriam passar horas somente carregando as pedras de um lado para o outros, sem nenhum propósito além da humilhação.
Montanhas
As montanhas que envolvem a cidade são o grande charme do Cabo, pois elas fazem naturalmente o contraste entre o moderno e o natural; sempre que olhamos para cima nos deparamos com alguma delas para nos lembrar da grandiosidade dela.
As quatro principais são: Table Mountain, Lion’s Head (cabeça de Leão), Signal Hill e Devil’s Peak (pico do Diabo).
Lion’s Head e Signal Hill
A cabeça de Leão, denominada devido a sua aparência com o animal, não possui teleférico e o acesso é através da estrada que sobe a colina (Signal Hill). De lá, existe diversas trilhas para chegar ao topo ou em outros pontos da montanha e como é de se esperar as vistas são lindas.
Um passeio bem tradicional e que deixa o local lotado é apreciar o pôr do sol, tanto locais quanto turistas sobre o Signal hill no final do dia para ver esse espetáculo. Além da beleza do sol se pondo no mar ver a cidade iluminada aos pés da montanha é muito bonito.
Devil’s Peak
A história do pico do diabo é que um pirata e o Diabo fizeram uma aposta de quem fumaria por mais tempo, reza a lenda que o diabo ganhou e por isso que geralmente vemos (mesmo em dias de sol) algumas nuvens no topo da montanha – o diabo fumando seu cachimbo e comemorando sua vitória.
Na parte oeste dele fica o Rhodes Memorial, um monumento em homenagem a um primeiro-ministro nascido inglês; mais um homem branco racista e genocida que teve seu busto decapitado em Julho de 2020 após os necessários protestos “Black lives matter” ao redor do mundo.
Apesar dos atos desprezíveis, na história da cidade é considerado uma das pessoas mais importantes pois era um visionário que auxiliou no desenvolvimento do Cabo.
Table Mountain
A formação rochosa que ficou conhecida pelo seu formato retilíneo no topo, é sem dúvida a maior atração da cidade e merece ser tratada como tal.
O complexo da Table Mountain é um parque nacional que conta com trilhas, um teleférico (o cable car) para levar os turistas até o topo, restaurante, loja e uma das vistas mais deslumbrantes do mundo.
É recomendado que ser reserve com antecedência o seu bilhete para subir ao topo pois as filas para comprar na hora podem ser enormes. O risco é que é com data e turno marcado então se o tempo não estiver muito bonito você acaba ficando com a vista prejudicada ou pode-se fazer reembolso também.
O percurso do teleférico dura em torno de 5 minutos e comporta 65 pessoas ao mesmo tempo. A dica é ficar nas janelas (e não no meio) independente do lugar pois ele dá uma volta de 360°, ou seja, todos têm uma visão panorâmica. O valor atual (agosto 2020) é de ZAR 360 (ida e volta) ou ZAR 200 um trajeto. Eles vendem ingressos para o turno da manhã e o da tarde, à tarde é mais barato pois é menos procurado.
Ao chegar no topo já nos deparamos com umas das vistas mais incríveis da cidade, de um lado a cidade e o mar e de outro as montanhas mais para o interior da região. Claro que o clima é o grande influenciador na sua experiência, se for nos meses secos (outubro – abril) a chance de céu limpo é maior.
Existem diversas trilhas para se percorrer o topo da montanha e apreciar as mais diferentes paisagens. Por lá encontramos também um restaurante que serve tanto lanches quanto um buffet de almoço, por ser dentro de uma atração tão requisitada não é barato, mas vale a pena se a sua programação permitir.
Outra maneira de se chegar até o topo é fazendo trilha. Existem variados níveis de trilhas, entretanto é de se considerar que uma subida de mais ou menos 4km não é fácil nunca. Fiz a trilha média na primeira vez que fui e confesso que foi uma experiência maravilhosa, foram 1 hora e 15 minutos de subida, muito cansaço (alguns xingamentos, confesso!), vistas maravilhosas e um tempo para pensarmos em nós mesmo ou até não pensar e nada, somente seguir o caminho. Recomendo a todos – que a saúde permitir – fazê-la. Fomos em outubro e o clima estava ameno, porém lá em cima com vento e sem sol na maioria do percurso estava bem frio. Para realizar as trilhas sempre vá de dia, leve água e agasalhos e, se possível, vá em grupo (ou fique próximo de algum durante a sua subida).
Eu sugiro subir pela trilha e descer pelo teleférico, pois apesar do ditado “pra baixo todo santo ajuda” os joelhos sofrem muito pelo impacto da descida.
Lembre-se que em dias com tempo ruim o teleférico pode parar de funcionar parar por um tempo e às vezes fechar definitivo (e aí os turistas necessitam descer pela trilha). Mas calma, eles avisam antes de você subir se existe a chance de fechar!
Praias
Acho que é esse encontro entre montanhas e mar que faz a Cidade do Cabo ser tão especial; o contraste desses dois fenômenos da natureza nos remete a uma paz e tranquilidade imensa.
As principais praias da cidade são a de Camps Bay e Clifton.
Existem outras no eixo turístico como Green Point porém são zonas um pouco mais residenciais.
Camps Bay
É a praia mais famosa da cidade, local de escolha de várias celebridades para passar o fim de tarde em um dos seus vários restaurantes ao longo da avenida principal de frente para o mar.
Apesar do borburinho social que a praia emana, para mim, a grande beleza dela é a coloração do sol batendo nos 12 apóstolos – a montanha que forma as costas da table mountain e onde esse bairro está na base – principalmente no pôr do sol.
A região oferece uma gama grande de restaurantes e bares, como o Paranga Restaurant que possui uma área aberta e um clima de praia refinado, acompanhado de boa música, comida e bebida.
Outro tradicional local da praia é o Café Carpice, frequentado por Leonardo Di Caprio, Charlize Theron entre outros. Durante o dia funciona como restaurante e no entrar da noite inicia com uma balada bem interessante.
Uma curiosidade sobre o mar de Cape Town é que a água é muito gelada e no verão, devido a correntes frias, ela é mais fria ainda – algo em torno de 8°. Eu experimentei, senti o osso da minha perna congelando, mas não poderia ir até a África não entrar no mar, não é mesmo?!
Clifton
Essa é a praia da elite da cidade, um dos metros quadrados mais caros do cabo possui vistas espetaculares e até praias privativas. Os condomínios são construídos na encosta do morro e uma das curiosidades é que a garagem fica no topo do prédio (que é o nível da rua).
Para os turistas o principal motivo de ir a essa praia (além de ser no caminho para Camps Bay) é que existe um paradouro um pouco antes de chegar em camps bay onde é possível avistar um dos pores do sol mais lindos que já vi – o Maiden’s Cove.
Roteiros fora da Cidade
Alguns roteiros em Cape Town não se limitam aos bairros da cidade, inclusive, um dos mais famosos exige um certo tempo na estrada.
Hout Bay, Boulders Beach, Cape Point e Cabo da Boa Esperança - Roteiro de 1 dia
Esse é um passeio de um dia completo, pois apesar de pertos cada local possui atrações que demandam mais tempo para apreciá-las. Ele pode ser feito com o seu carro alugado (fortemente recomendado) ou com empresas que você pode contratar na cidade.
Inicie o dia com o café da manhã do seu hotel (ou se quiser variar, escolha algum restaurante na avenida principal de Camps Bay e aproveite a primeira refeição do dia com uma excelente vista) e dirija em direção a estrada M6, você acessa simplesmente seguindo reto até o final da praia. Essa estrada costeia a montanha e fica entre a serra e o mar, nem preciso dizer que o visual é deslumbrante né?!
Hout Bay
Logo você chegará na Hout Bay (baía falsa) que possui um grande estacionamento com algumas lojas e um restaurante na parte superior (um pouco pega turista, não recomendo); se quiser pode parar e tirar algumas fotos do local mas não é essencial o que está por vir é mais bonito.
No final da praia inicia a parte do caminho que se chama Chapman’s Peak Drive (possui pedágio – bem barato), a estrada passa por dentro das rochas em alguns pontos e a vista do mar é uma das mais sensacionais da região.
Na metade da estrada, encontramos o Lookout Point (ponto de observação) que é uma área maior com estacionamento e um lugar para caminhar e ver toda a baía de cima.
Lembre-se que como na África do Sul à mão é inglesa, no caminho de ida você estará do lado esquerdo e para acessar o mirante deverá cruzar a estrada, por isso, atenção – ou deixe para parar no mirante no caminho de volta.
Para os aventureiros de plantão, o local é uma reserva natural cheia de trilhas para serem exploradas.
Boulders Beach - praia dos Pinguins
Siga a M6 até o outro lado da costa e encontrará a rodovia M4, seguindo nela na direção sul você logo chegará em Simon’s Town e na famosa Boulders Beach, a praia dos pinguins africanos. Parece programa para criança ou sem graça, mas não é, poder ver tantos animais juntos e livres é muito bonito.
O parque cobra entrada para acessar (ZAR 40) o deck até perto da praia que com certeza vale a pena, mas se você não quiser entrar existe alguns caminhos onde é possível ver os pinguins.
Cabo da Boa Esperança e Cape Point
De volta à M4, continue até o final dela onde encontrará a entrada do Parque Nacional do Cabo da Boa Esperança, a entrada é cobrada por veículo que entra. Dentro do parque existem diversas trilhas, entretanto a estrada principal é a que leva ao Cape Point e ao Cabo propriamente dito.
Inicie por Cape Point, o local do farol que se acreditava que era o mais ao sul do continente (hoje sabemos que é o cabo da agulha, alguns quilômetros a frente), os carros ficam no estacionamento na entrada do cabo e a pé deve-se subir por uma linda estrada de pedra até a entrada do funicular.
Você pode subir e descer de funicular ou fazer somente uma via, pois existe caminhos para pedestres até o topo. Não é uma caminhada tão exaustiva, mas para que não está com o preparo em dia recomendo ir de funicular.
Ao subir a pé, a grande vantagem é poder parar em cada mirante e se deslumbrar com a cor da água, o contraste entre as pedras e o mar, sentir a brisa do vento. No entanto, quem sobe de funicular tem acesso a todos esses pontos também. Recomendo fazer um trajeto de cada e ter as duas experiências.
Uma ótima dica é programar o final desse passeio com a hora do almoço (tome um café da manhã reforçado e deixe o almoço para o mais tarde possível), porque ao lado da entrada do funicular existe um ótimo restaurante chamado Two Oceans, é necessário fazer reservas antes, principalmente para conseguir pegar as mesas da sacada; a vista é incrível.
O restaurante é especializado em frutos do mar, mas servem diferente pratos; os preços são um pouco mais altos que em outros lugares só que quando convertemos para reais e analisamos a experiência que estamos tendo, sem dúvida vale a pena.
Para os que não quiserem almoçar num restaurante mais sofisticado, na área externa do restaurante são vendidos lanches e oferecidas mesas ao ar livre onde a vista é a mesma.
Após um almoço rebuscado ou uma parada para um lache está na hora de conhecer o último ponto desse tour, o Cabo da Boa Esperança.
O local é bem lotado de turistas e todos fazem uma fila para tirar a famosa foto na placa do cabo (clichê, mas já que estamos ali né…), também é possível seguir uma trilha e subir até o topo do cabo; quem ainda tiver disposição recomendo, são mais vistas maravilhosas para a conta!
Atenção que dentro do parque existem babuínos e eles geralmente rondam a área com turistas então procure não andar com comida nas mãos e nem andar de janelas abertas pelo parque. Esses animais não têm fama de serem pacíficos.
Para voltar, basta fazer o mesmo caminho da ida ou se quiser modificar um pouco, ao sair da reserva natural do cabo, pegue a esquerda na M65 e siga nela até encontrar a M6; é um caminho alternativo mas que também tem a beleza da estrada ser entre o mar e as montanhas.
Provavelmente você vai chegar perto do pôr do sol, ou pelo menos no meio da tarde e nada melhor do que terminar apreciando a Golden Hour na praia de Camps Bay, de preferência apreciando um bom vinho de frente para o mar.
Constantia - vinícolas em Cape Town
Esse bairro, que antigamente era fora da cidade, fica nas costas da Table Mountain e é o local das videiras (parreiras) mais antigas da África do Sul, os primeiros vinhos ali fabricados pelos holandeses datam de 1685, na Groot Constantia – a vinícola mais antiga.
Para quem fica pouco tempo na cidade ou mesmo para os apreciadores de vinho é um local que não se pode deixar de ir. Existem algumas vinícolas na região, com certeza a mais famosa e com mais estrutura é a Groot Constantia.
Por lá é servido uma degustação de vinho harmonizada com chocolate, onde todos os sabores são pensados para realçar o paladar dos dois elementos principais.
Nessa vinícola indicamos o restaurante Jonkershuis Constantia Eatery, com um ambiente mais despojado e familiar (em contraste com o outro restaurante refinado do local, o Simon’s) eles possuem pratos muito saborosos e um cheesecake imperdível. SÉRIO!
Fizemos também uma degustação na vinícola Eagle’s Nest, que possui uma área externa muito bonita e bons vinhos.
Próximo ao início da estrada que leva às vinícolas tem o restaurante La Parada – em Constantia Nek; um bar/restaurante de tapas que possui uma varanda enorme com diversas mesas e um ambiente muito agradável para se passar horas conversando. Eles também contam com outras unidades na cidade, uma delas no Waterfront.
Jardim Botânico de Kirstenbosch
Esse jardim é uma joia em Cape Town, declarado como patrimônio da UNESCO em 2004, o lugar é um recanto de paz, tranquilidade e paisagens espetaculares.
O local possui uma história antiga, os primeiros registros de serem humanos ali datam de 1000 anos a.C. A idealização como jardim se deu em 1913 com a formação da sociedade botânica e de lá até hoje ganhou força e apoio da sociedade e se transformou em uma área de lazer e turismo mesmo para os locais.
Existem várias espécies de plantas no jardim, todas muito bem catalogadas e distribuídas; há, inclusive, uma estufa com plantas oriundas de climas áridos em que toda a atmosfera do lugar é controlada. A vegetação dominante é composta de floresta e fynbos (plantas de folhas finas – um bioma típico do cabo).
Como chegar
Os meios mais fáceis são de carro, uber ou no passeio do ônibus City Sightseeing.
De carro, saia da cidade pela estrada M3 e entra na M63, a entrada do jardim fica na beira da estrada. Se estiver no ônibus, ele é a parada 20 da linha azul (Blue Mini Peninsula Tour).
Quando ir
O jardim é aberto durante o ano todo, mas como todas as atividades ao ar livre, no verão (outubro-abril) é mais fácil de aproveitar.
Quanto tempo ficar
Você vai precisar de pelo menos 2 horas para poder aproveitar um pouco do lugar, preferencialmente vá sem pressa e curta passear pelo jardim se permitindo sentar e apreciar a paisagem com calma.
O que fazer
A entrada da reserva custa R75 e o horário de funcionamento é das 8h-19h de setembro a março e 8h-18h de abril a agosto.
Com certeza a grande atração é a passarela suspensa que passa pelas copas das árvores – a Tree Canopy Walkaway – para chegar é só seguir as placas, já que tudo lá é bem indicado. Ela é uma construção em madeira que devido à inclinação do terreno nos permite estar nos topos de árvores enormes e termos uma linda vista. Recomendo observar o jardim de Proteas (que é a flor-símbolo da África do Sul) e na parte do jardim de folhas finas procurar as plantas prateadas – que dependendo da incidência da luz, ficam parecendo de prata realmente.
Aproveite para sentar-se na grama e contemplar a beleza desse jardim.
No verão é possível apreciar concertos ao ar livre, apresentações culturais ou simplesmente relaxar num piquenique, por isso acesse o site oficial antes de ir para ver a programação.
City Sigthseeing - o famoso ônibus vermelho
Por mais controverso que seja indicar um programa tão turístico, em Cape Town, assim como em Joanesburgo, eu recomendo o famoso ônibus vermelho.
O ideal é fazê-lo nos primeiros dias que estiver na cidade pois ele vai fornecer um panorama dos principais pontos, além de ser um bom meio de transporte. Adicionado a isso, o áudio em português é um dos mais completos que já ouvimos nesse tipo de ônibus e, ao contrário dos valores que são cobrados na Europa ou nos EUA, ali o preço para o passe de 2 dias são U$20,00 – mais motivos para ser feito.
O tour possui 4 rotas:
– Vermelha: faz a região de Camps Bay, Waterfront, Clifton e é a que possui uma parada nos pés da Table Mountain, onde se iniciam as trilhas e o funicular. (parada 7)
– Azul: contempla alguns pontos em comum com a vermelha (que são os pontos de troca de rota) e é a rota mais longa. Passa pela Hout Bay e volta pelo jardim de Kirstenbosch. É somente a partir dessa rota que na parada 21 – Constantia Nek se faz a troca para a rota roxa, e onde fica o restaurante La Parada – muito bom.
– Amarela: faz o tour pela região do centro, inciando pela Long Street, passando pelos Jardins da Índias orientais, district six e o castelo da Boa Esperança.
– Roxa: é a linha que faz o tour pelas vinícolas de Constantia, ela inicia e termina na parada Constantia Nek, que troca para a linha azul. Ela para por 3 vinícolas: Groot Constantia – a mais antiga, Eagles’s nest e Beau Constantia.
Além disso está incluído 2 walking tours (que são feitos a pé): pelo centro histórico e pelo bairro de Bo-Kaap, ambos somente em inglês e 1 passeio de barco (para o tíquete de 2 dias).
Você pode optar por fazer o tour de 1 dia no qual recomendo fazer a rota vermelha e amarela, pois as rotas azul e roxa são mais fáceis de fazer caso tenha alugado um carro.
Cada rota possui seu horário de funcionamento por isso é interessante acessar o site da companhia para verificar exatamente o itinerário na época que você for (as rotas mudam um pouco do verão para o inverno).
Três passeios bônus para quem tiver mais tempo
Old Biscuit Mill
Essa é uma ótima dica para quem vai passar algum sábado pela cidade. O mercado The Old Biscuit se transforma em uma grande feira de comida de rua e conta com diversos restaurantes dos mais variados tipos e sabores!
Ver o disparo do Noon Day Gun
Há mais de 200 anos a cerimônia de soltar um tiro de canhão exatamente ao meio dia acontece no Signal Hill e é possível acompanhá-la. Obviamente, hoje em dia não se usa mais bala de canhão e somente a pólvora para dar o barulho.
É uma experiência não contada na maioria dos guias mas que pode ser bem interessante para quem tiver tempo. Além do mais, a vista de cima do montanha nunca é demais.
Muizenberg
Essa praia fica a cerca de 30 minutos de carro de Cape Town, saindo pela M3. É um ponto conhecido para a prática do surf – talvez um dos melhores do Cabo, porém dependendo da época do ano recebe a visita de tubarões.
Essas construções na beira da praia são casas de banho.
Se tiver tempo sobrando e curiosidade pode ser interessante, mas confesso que não achei que vale o deslocamento.
Como vocês puderam ver não falta o que fazer nessa cidade maravilhosa. Confira nosso roteiro dia a dia aqui para ajudar um pouco mais na sua organização.
Continue Reservando pelo Mundo conosco e até a próxima!