Cada vez mais o roteiro pelo Leste Europeu é uma opção de viagem para vários turistas, os brasileiros inclusive, e Praga é uma cidade que não pode faltar. Uma cidade medieval, cheia de história em cada canto que conhecemos. Existem vários registros de sua presença e importância ao longa da história, mas a sua fundação data do século IX, ou seja, aquelas paredes e pontes já viram muita história acontecer.
Durante a Segunda Guerra, por causa dos pactos de Munique em 1938, era pertencente à Alemanha Nazista, por isso a história judaica e a sua perseguição é tão viva no local. A cidade é a capital da República Checa, país que até 1992 era conjunto com a Eslováquia sobre o domínio da União Soviética.
Nos últimos anos com o impulso do turismo no local, ela vem cada vez mais explorada e conhecida pelos viajantes. O seu centro histórico é considerado um patrimônio cultural pela UNESCO.
Algo para se ter em mente quando visitamos o Leste Europeu, é que o inglês não é tão unânime quanto nas cidades da Europa Ocidental, então mesmo para quem tem uma boa base pode haver dificuldades – nada assustador, são mais histórias para contar. Esse fato vem sendo menos comum devido ao aumento progressivo de turistas nessa região.
- Moeda: Coroa (CZK)
- Idioma: Checo
- Necessita vacina? Sim
- Visto: Não
- Carro de aplicativo: Sim
- Fuso horário: UTC +1 (4h a mais que o horário de Brasília)
- LGBTQIA+ friendly: Sim
Praga
Como Chegar Praga
Praga não é conectado ao Brasil por voos diretos, porém se consegue facilmente chegar através de qualquer outra capital europeia (geralmente utilizamos a cidade de Frankfurt como ponto de conexão para o Leste Europeu).
Leia nosso relato sobre uma escala em Frankfurt.
Do Aeroporto ao Centro de Praga
Quando fomos à cidade chegamos no final da noite e por isso optamos por chamar um Uber até nosso hotel, uma das vantagens do Leste Europeu é que (excetuando Viena) os preços e câmbio são bem mais favoráveis para os brasileiros. As viagens ficam entre 10 e 20 euros utilizando o Uber.
Pode-se chegar também através de ônibus de linha, a mais recomendada é a 119 que leva até a estação de metrô Nádraží Veleslavín a partir dali você encontra a estação mais próxima do seu hotel. Lembre-se que no ônibus é cobrado um extra para a bagagem também.
Existe um ônibus expresso chamado Airport Express Prague, que custa CZK60 (entre 2-3 euros), dura 30 minutos o trajeto completo e faz paradas em estações estratégicas do metrô. Confira os horários aqui
Pela praticidade, baixo custo e conforto recomendo usar os carros de aplicativo.
Quando ir a Praga
A Europa é um continente para ser visitado o ano inteiro, porém considero as estações da primavera e outono de março-maio e setembro-novembro) as mais recomendadas para turismo por lá, devido ao tempo ameno. O período de maior probabilidade de chuva é de junho a agosto (verão).
Quanto tempo ficar em Praga
Geralmente quando escolhemos o Leste Europeu como destino são várias cidades para descobrir em um curto espaço de tempo, por isso não temos muitos dias em cada lugar. Acredito que pelo menos 2 dias inteiros em Praga são suficientes para termos uma ideia geral da cidade; idealmente 3 dias inteiros.
Onde se hospedar em Praga
Os dois principais bairros são da Cidade Velha (ao redor da praça) e o Malá Strana. Essas regiões são indicadas pois ficam próximas das principais atrações e possuem uma boa estrutura de hotéis e restaurantes.
Roteiro de 3 dias em Praga
Dia 1: Castelo de Praga, bairro Malá Strana, Ponte Carlos
Se você estiver hospedado na cidade velha pode pegar um metrô (linha verde, sentido Nemocnice Motol, descer na estação Malostranská) e pegar o tram (bondinho) número 22, sentido Bíla Hora e desça na parada Pražský hrad. Já se o seu hotel for em Malá Strana você pode pegar somente o bondinho. Dito isso, confesso que não usei transporte nenhuma vez dentro da cidade, fizemos tudo a pé; é puxado, mas factível.
Uma vez em Malá Strana, inicie pela Igreja de São Nicolau (existem duas, a outra é na praça da cidade), uma igreja no estilo barroco que data do século XVIII. Quando fomos conseguimos (sem planejamento prévio) assistir a um concerto dentro dela, foi lindo! A quadra onde ela está situada é envolta de restaurantes e cafés.
Siga pela rua Malostranské Námestí até a rua Thunovská, ali você verá vários turistas seguindo em direção a uma escada, siga eles. Esse é o caminho que leva ao Castelo. A beleza de caminhar pela cidade é que durante o percurso você passa pode diversos locais que fornecem vistas espetaculares além de conhecer um pouco mais da vida local.
O Castelo de Praga é composto por áreas que se pode visitar gratuitamente e áreas que são pagas. Os tíquetes são divididos entre circuitos, sendo os principais o A (mais completo – 350 CZK) e o B (250 CZK). Com o circuito B e as áreas de trânsito gratuito você terá uma ampla visão do castelo.
A visita compreende entrada no Antigo Palácio Real, Basílica de São Jorge, Catedral de São Vitu (uma pequena parte pode ser vista de forma gratuita) e a Rua Dourada. Se quiser subir na Grande Torre Sul e ter uma vista incrível da cidade, o tíquete é vendido a parte de qualquer circuito. Compre seus tíquetes online para evitar filas e atente ao horários de funcionamento, dependendo da época que for eles mudam um pouco
Alguns dias da semana, na entrada no castelo, uma feira é montada (quando fomos em uma sexta-feira de setembro estava acontecendo) e lá você poderá experimentar o famoso Trdleník (uma massa doce enrolada recheada assada na brasa, muito gostosa!) – mas não se preocupe você vai encontrar essa especialidade da cidade em diversos locais. Você pode aproveitar para almoçar na feira ou fazer somente um lanche e seguir para a famosa Ponte Carlos.
Desça novamente as escadas da rua Thunovská e vá em direção ao Museu Franz Kafka, mesmo para quem não quiser entrar, o pátio e as suas esculturas extravagantes já valem a visita, logo adiante você já avistará o caminho para ponte Carlos.
A ponte de 516 metros de comprimento e 16 arcos teve sua construção iniciada pelo Rei Carlos IV em 1357, porém só foi concluída em 1402 (o Rei que a idealizou nem a viu pronta). Ela é uma das pontes mais famosas e bonitas da Europa, principalmente por ser uma exposição de arte – são 15 estátuas em ambos os lados da Ponte. Nas duas pontas encontramos torres de observação, onde é possível subir e ter uma linda visão da cidade e da própria ponte. Saiba que por ser uma das atrações mais visitadas da cidade, nos horários de pico (final da manhã até final da tarde) são muito lotados, por isso se quiseres ver a ponte com menos turistas vá novamente bem cedo pela manhã ou durante a noite.
Termine o dia passeando pela rua principal que segue a ponte, que após muitas curvas, restaurantes, bares e cafés te levará a praça principal, se chegar próximo a uma hora cheia (17h, 18h, 19h) não deixe de apreciar a apresentação do relógio Astronômico. Escolha um restaurante, faça uma boa refeição e volte para o hotel. Se estiver hospedado e Malá Strana, utilize o uber, muito mais conforto por pouco preço.
Dia 2: Praça da cidade Velha, circuito Judaico e cidade Nova
No segundo dia para os que estiverem hospedados na região do Malá Strana (mais recomendado) passem pela John Lennon Wall (uma parede pintada em homenagem ao músico inglês), vá sem nenhuma expectativa, só inclua se estiver com tempo e vontade de bater perna. Após, faça novamente o circuito da ponte Charles pois é sempre bom passar por ali. O tour inicia explorando a praça central e suas principais construções: a Igreja de São Nicolau, a Catedral de Týn, suba a Torre do Relógio se quiser, ou simplesmente passei por toda a praça e curta esse local tão histórico. Um pouco ao sul da praça na rua Husova, você encontra a estátua do homem pendurado de David Cerny – é uma escultura de Sigmund Freud pendurado que de tão realista algumas pessoas já chamaram até a polícia!
Após siga pela rua Parizská (a rua da esquina da igreja São Nicolau) para iniciar o tour pelo bairro judeu (Josefov); ah essa é a mesma rua caso queira algumas comprinhas de luxo. Uma quadra em direção ao rio na rua Siroká você encontrará o Antigo cemitério Judeu datado de 1439, era o único local onde os judeus eram permitidos serem enterrados e onde você observará um acúmulo de lápides uma sobre as outras (devido ao pouco espaço), estimando cerca de 100mil pessoas enterradas ali.
No bairro encontramos algumas sinagogas, a principais: Pinkas, Espanhola, Nova-Velha (Staronová). Existe um bilhete único do circuito judaico que pode ser adquirido pela internet ou no local (geralmente com filas).
A entrada do cemitério está sempre incluída em qualquer entrada de sinagoga. A Sinagogoa Pinkas é interessantíssima pois contém nas suas paredes os nomes pintados dos 77.297 judeus tchecoeslovacos assassinados pelos nazistas. A sinagoga Espanhola é um deslumbre, muito ornamentada e cheia de detalhes. Quando fomos acabamos não visitando a Nova-Velha, mas com certeza vale a visita.
Essa parte da cidade é chamada cidade Nova pois é parecida com o padrão de cidades atuais e contrasta com a cidade medieval de algumas quadras de distância. O circuito judaico não funciona aos sábados nem em feriados judaicos, lembre-se disse quando for programar sua ida. Estávamos por lá em um domingo então as ruas estavam bem lotadas e em uma praça próximo as sinagogas (em frente ao hotel Intercontinental) acontecia uma feira de cultura com apresentações artísticas, venda de bebidas e comidas, foi uma experiência muito legal e um programa mais “local”.
Ao lado do cemitério encontramos o Rudolfinum, a casa de música e arte de Praga, foi construída em 1885 e possui o estilo neo-clássico, você passear tanto pelos seus jardins quanto fazer uma visita ao interior. O parque ao lado da construção é muito agradável ainda mais por ser na margem do rio Vtlava – o rio que corta a cidade. Se você gosta de passeios de barco, um pouco mais ao norte você encontra o Píer 5, na Čech Bridge de onde partem os passeios da Prague Boats. Eles possuem cruzeiros de 1-2 horas até jantares completos ou tours particulares. O tour de 1 hora sai do Píer 5, passa pela ponte Carlos e retorna; já o tour de 2 horas vai até a região de Vysehrad e volta. Escolha o que mais agradar e embarque para apreciar praga de um outro ponto de vista.
Caso não queira fazer o passeio de barco e tiver fôlego e disposição, pode fazer uma caminhada em direção ao sul pela margem do rio, você passará novamente pela ponte Carlos, o teatro Nacional e chegará ao prédio Dancing House (que também é um hotel) e uma construção moderna que chama muita atenção devido as suas curvas. Ao longo da margem do rio é possível observar diversos barcos estacionados que funcionam como restaurantes e/ou bares, escolha um no caminho e delicie-se.
Dia 3: Vysehrad
Vysehrad é uma das antigas cidadelas que formaram a Praga atual, o castelo data do século X e não faz parte do eixo turístico principal, mas um passeio pelos seus jardins que ficam no interior da fortaleza propicia bons momentos de descanso e vistas excepcionais do alto de Praga. Para chegar até lá utilize o metrô, linha vermelha e desça na estação Vysehrad, após é só seguir as inúmeras placas que levam até a fortaleza.
No interior do castelo também é possível visitar o museu das estátuas onde estão guardadas as estátuas originais de ponte Carlos, para preservá-las do tempo e vandalismo. Dentro das muralhas encontramos também a Basílica de São Pedro e São Paulo, uma linda igreja no estilo gótico. O cemitério de Vysehrad é também uma visita interessante, pois a riqueza de detalhes e suntuosidade das lápides impressiona muito.
Nesse último dia gosto de deixar um turno vago para podermos explorar partes que vamos descobrindo conforme a viagem acontece (indicação de outros turistas, do hotel, leituras que fazemos enquanto estamos no lugar) ou fazermos algo que não deu tempo nos outros dias ou simplesmente retornar para lugares que gostamos muito e poder apreciá-los mais uma vez antes de ir embora.
Geralmente quando visitamos Praga incluímos pelo menos Viena e Budapeste, uma dica é pegar o trem para Viena no final desse terceiro dia.
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