Conhecer o Japão provavelmente faz parte do imaginário de muitas pessoas seja pela distância, pela diferença dos hábitos ou pela sua história milenar.
De qualquer forma, organizar uma ida à terra do sol nascente demanda um bom planejamento, principalmente pelo tempo que necessitamos para chegar até lá.
- Moeda: Iene (yen)
- Idioma: Japonês
- Necessita vacina? Não
- Visto: Sim
- Carro de aplicativo: Sim
- Fuso horário: UTC +9 (12h a mais que o horário de Brasília)
- LGBTQIA+ friendly: Sim
A maioria das pessoas faz uma viagem específica até o país e conhece diversas cidades e regiões de uma vez só; nós, porém, fizemos algo um pouco diferente. Em 2019, resolvemos emitir uma passagem de volta ao mundo e um dos lugares que gostaríamos de conhecer era Tóquio; assim, dentro do nosso cronograma conseguimos encaixar 4 dias na cidade.
Você deve pensar: SÓ 4 dias em Tóquio?? Pois então, com certeza não é o ideal, mas vou tentar contar um pouco aqui como conseguimos ter uma boa ideia da cidade e das suas atrações nesse tempo tão curto.
Tóquio
Como chegar no Japão
Obviamente voos diretos de aeroportos brasileiros não existem, por isso além das várias horas de voo acrescente algumas horas de escala. As companhias que oferecem voos com uma escala saindo de São Paulo (GRU) são várias, entre elas: Aeroméxico, British Airways, Swiss, Lufthansa, Qatar, Delta, Air Canada, LATAM, Air France/KLM.
Geralmente são dois voos longos (de 9h à 12h cada voo) com um período variado de escala.
Na nossa viagem estávamos conhecendo Montreal e fizemos o voo Montreal-Tóquio com a Air Canada (confira os relatos aqui e aqui).
Visto japonês
O Brasil está na lista de países em que os habitantes necessitam solicitar visto de turismo para entrar no Japão e isso pode ser feito através de solicitação online e apresentação presencial de documentos e entrega do passaporte.
A lista de documentos necessários para o visto de Curta Permanência você encontra aqui e os Consulados e Escritórios Consulares que podem emitir visto você encontra aqui.
O prazo de entrega é de 7 dias e o preço (em outubro 2019) de R$ 97,00 – tem que ser pago com dinheiro trocado!
A experiência de retirar o visto foi super tranquila, para nós não foi solicitado nenhum documento extra e nem precisou de entrevista. Somente entregamos nossos documentos e fichas preenchidas e 7 dias depois pegamos nosso passaporte.
Como chegar ao centro de Tóquio
Tóquio possui dois aeroportos: Narita e Haneda. O primeiro fica em uma cidade da região metropolitana, é o maior e é por onde chegam os principais voos internacionais.
O aeroporto de Haneda também é internacional mas serve principalmente aos destinos asiáticos e Oceania e fica dentro da cidade, sendo assim interligado diretamente com o metrô.
Narita - Tóquio
O aeroporto de Narita (NRT) fica a 60km da cidade e existem diferente formas de fazer o trajeto. As principais são:
- Kensei Express Bus: pode ser encontrado na saída dos terminais 1 e 2 e é uma das opções mais baratas. Você levará cerca de 90-100 minutos e poderá escolher descer na parada mais próxima ao seu hotel ou a uma estação do metrô. Você pode comprar o tíquete no guichê da empresa no desembarque do aeroporto e o preço é de 1000 ienes (algo em torno de U$10,00) – a dica da conversão é dividir por 100 para ter o preço em dólar.
- Transferes privados: sem dúvida uma opção confortável porém a um custo alto. Ao pesquisar no serviço de transferes do Booking e em outros serviços a média é de U$150,00 para 2 pessoas.
- Uber/Taxi: confortáveis porém muito caros. O Uber não funciona muito bem em Tóquio, quando fomos os carros demoravam para chegar e os preços eram bem salgados. Em média, o trajeto do aeroporto ao centro fica cerca de U$250,00.
- JR Narita Express (N’EX) (Trem) : acho a opção com melhor custo benefício, porém o único empecilho é que não tem muito lugar para bagagem. Ele é um trem expresso para as principais estações de Tóquio (Tokyo, Shinagawa, Shibuya, Ikebukuro e Yakohama). A viagem é de cerca de 1 hora e parte a cada 30 minutos – durante a maior parte do dia. Os assentos são marcados na hora da compra da passagem, o trem é muito confortável e os preços variam de 3100 ienes nos vagões comuns a 4800 ienes na primeira classe (Green Cars). Você compra as passagens nas máquinas expressas nas estações ou nas lojas da companhia. Atente para que sejam as máquinas do JR-East (East Japan Railway Company). Existe uma opção de comprar ida e volta por 4070 ienes, porém é somente entre o aeroporto de Narita e a estação Tokyo.
- Keisei Skyliner : um trem rápido expresso entre o aeroporto e a estação Ueno do metrô. Você pode comprar o tíquete que inclui a viagem a partir do aeroporto juntamente com o passe de 24,48 ou 72 horas para usar no metrô da cidade – o preço para o passe de 72horas é 3540 ienes. Uma boa opção para o roteiro de 4 dias.
Qual melhor época para visitar o Japão
Como toda grande cidade existe uma programação para qualquer época do ano. O verão em Tóquio é quente, abafado e com a maior média de chuva dentre as estações; já o inverno, é frio (temperaturas ao redor de 0º) e seco.
Acredito que para explorar a cidade é mais garantido ir nas meias estações. Fomos em outubro e pegamos 1 dia de chuva e dias um pouco nublados, mas a temperatura estava muito agradável para fazer turismo.
Quanto tempo ficar em Tóquio
Devido a distância das atrações e da quantidade de lugares para se conhecer guarde 6 dias para a cidade (nesse relato vamos tentar condensar em 4 dias e mostrar que também é possível aproveitar essa fantástica metrópole em menos tempo!).
Onde se hospedar em Tóquio
Tóquio é o tipo de lugar que não tem como indicar somente um bairro para ficar porque cada bairro é uma cidade a parte e você vai ter que se deslocar bastante de qualquer maneira, pois as atrações são longe uma das outras. Sendo assim, a melhor dica é: escolha um hotel próximo a uma estação de metrô.
Dito isso, os principais bairros para ficar são: Shinjuku, Shibuya, Ginza e Asakusa.
Ficamos em 2 hotéis diferentes apesar do pouco tempo, um em Asakusa – somente uma noite em um Ryokan e 3 noites em um hotel convencional em Shinjuku.
Ryokan
É uma hospedaria típica japonesa. Os quartos são com tatame, a “cama” é de futon (somente um edredom no chão) e se usa o yukata (quimono simples de dormir).
Também são oferecidas refeições típicas. A cidade que é conhecida por essas hospedagens é Kyoto porém em Tóquio também é possível encontrar boas opções. Os preços variam muito, dependendo do que o local oferece.
O principal bairro é Asakusa, que é um dos bairros mais tradicionais em termos de cultura japonesa antiga.
Metrô em Tóquio
Provavelmente será o meio de transporte que você mais irá utilizar durante a estadia na cidade. O sistema de metrô da cidade funciona muito bem e transporta cerca de 8 milhões de pessoas por dia! Você pode comprar tíquetes individuais para cada viagem, porém o preço depende da distância que você percorre e sempre tem que ser pago com moedas – o que pode ser um inconveniente. Você pode, também, comprar os passes de 24h, 48h ou 72h – sem dúvida a opção mais fácil.
Roteiro de 4 dias em Tóquio
Se você optar pela experiência de passar uma noite em um Ryokan sugiro que seja no início ou no final da viagem.
Pela logística, um bom roteiro seria 2 noites em um Ryokan em Asakusa (o dia da chegada não conta como passeio assim, você terá o dia seguinte inteiro para conhecer o bairro e no terceiro dia já troca de hotel logo pela manhã) porém, temos que lembrar que você chegará de uma viagem exaustiva e dormir logo a primeira noite numa colcha e tatame no chão pode não ser a melhor opção.
Dia 1: Asakusa e Ueno (e Skytree)
Essa é a região da Tóquio mais antiga, com pessoas com Kimonos na rua, construções típicas e local de um dos maiores templos da cidade.
Templo Senso-ji
O senso-ji é o templo budista mais antigo da cidade e um dos mais importantes, o primeiro templo do local data de 645 d.C e foi erguido em homenagem a Kannon, o bodisatva – ser iluminado – da compaixão.
Inicie o dia pelo portão Kaminarimon que fica próximo à estação de metrô Asakusa. Esse é o portão mais externo do templo e o seu original foi construído em 941 d.C, porém sofreu diversos incêndios e avarias desde então, senda a sua última reconstrução em 1960.
Logo após o portão você entrará na Nakamise-dori, uma rua com bancas de lojas dos dois lados e que leva ao portão interno e ao templo propriamente dito.
Nakamise-dori
Essa rua é sempre muito lotada de turistas e a principal atração são as bancas de comidas típicas como por exemplo: biscoitos moldados no formato do templo, bolinhos em formatos de animais e o sorvete de matcha; além de contar com muitos souvenires.
As ruas paralelas também são cheia de lojas e possuem restaurantes com áreas para sentar. Algumas pessoas comentam que no Japão é considerado falta de respeito comer enquanto caminha por isso a maioria das bancas possui uma área ao lado para as pessoas degustarem sem ter o risco de sujar ninguém por estar caminhando distraído.
Siga pela rua até chegar no Hozomon – o portão interno – que teve a sua primeira construção em 942 d.C e entre os seus incêndios, o mais recente foi durante o ataque à Tóquio na Segunda Guerra em 1945. Quando foi reconstruído em 1964, a parte superior foi feita de material não inflamável por isso guarda um acervo riquíssimo da cultura do país.
Ao lado do portão, vemos a Pagoda de 5 andares que também foi destruída no bombardeio de 1945 e reconstruída alguns anos depois.
Logo após, vemos o Kannondo Hall onde encontramos uma espécie de incenso gigante que serve para purificar nossos corpos e almas e preparar-nos para a oração.
Omikuji
Ao lado, você observará um local com diversos papéis pendurados e diversas gavetas – esse é o Omikuji um local tradicional dos templos budistas onde você recebe a sua sorte (pode variar de extrema sorte até sorte terrível) dos deuses.
Funciona assim: você deposita uma moeda de 100 ienes no buraco da caixa de moedas, sacode a caixa de metal que fica espalhada na bancada até que saia por uma das extremidades um palito com um símbolo (são os números em japonês), tente achar o símbolo equivalente nas gavetas, abra e pegue sua sorte!
Para selar o seu destino você deve amarrar o papel no varal que fica na frente do local. Existem rumores de que no Omikuji do templo Senso-ji você tem mais probabilidade de tirar um papel “sorte horrível” do que nos outros lugares!
À frente, encontramos o templo em si. Ele também foi destruído na Segunda Guerra e sua reconstrução foi vista como o renascimento e união do povo japonês no pós-guerra.
Explore a região ao redor do templo, o bairro como um todo tem a arquitetura mais tradicional, bem diferente das outras regiões da cidade onde o desenvolvimento e a tecnologia estão mais presentes.
Parque Ueno
Para ir ao parque Ueno você pode caminhar do templo até lá, são cerca de 2km ou pegar o metrô na estação Asakusa e descer na estação Ueno – linha Ginza.
O parque Ueno é o maior parque da cidade de Tóquio e foi inaugurado em 1873 no local de um antigo templo, a sua construção se baseia na aproximação cultural com o ocidente e o conceito de parques públicos.
O local possui mais de 8000 árvores e do fim de março ao início de maio é palco do florescer da cerejeiras (Sakuras) .
Comemorar o aparecimentos das primeiras flores é um hábito bastante tradicional no Japão e se chama Hanami (contemplar as flores) onde muitas pessoas se reúnem sob as suas copas juntamente com amigos e familiares para desfrutarem desse momento.
Dentro do parque você encontrará diversos museus, entre eles: Museu Nacional de Tóquio, Museu de arte Ocidental e o Museu nacional de Ciência.
Aproveite para andar pelo parque e observar a mistura do ocidente com oriente e do moderno com o antigo.
Tokyo Skytree
Para finalizar o dia, pegue a linha Ginza novamente e volte para estação Asakusa e de lá faça a baldeação para a linha Asakusa sentido Oshiage e desça na estação Oshiage, sobre ela estará a Tokyo Skytree.
Essa é a torre mais alta do mundo com seus 610 metros e a segunda estrutura mais alta do mundo, perde somente para o Burj Khalifa nos Emirados Árabes com 828 metros. Ela é uma torre de radiodifusão e foi construída por um conglomerado de emissoras sendo inaugurada em 2012.
O público pode subir em duas partes da torre e ter uma visão fantástica da cidade. Os ingressos para acessar os andares 350 e 450 custam 3100 ienes. No Tembo Deck (andar 350) você terá o andar todo em vidro com vistas panorâmicas de toda a cidade, o lugar também conta com um café. Existe um aplicativo que te ajudar a identificar os pontos que estão sendo vistos pelas janelas.
No andar 450 (Tembo Galleria) você terá a oportunidade de ver a cidade ainda mais do alto e possui um ponto com piso e teto de vidro para você ter a sensação de estar voando – Sorakara Point. Você também pode comprar ingresso para os andares isolados: somente o 350 custa 2100 ienes e somente o 450 custa 1000 ienes.
Dia 2: Harujuku, Templo Meiji Jingu e Shibuya
Esse passeio fica ainda melhor se for feito em um domingo, pois é quando a Takeshita Street é palco de adolescentes fazendo o melhor do Cosplay japonês.
Templo Meiji Jingu
Harujuku é uma região conhecida pela cultura pop adolescente e pelas compras. Logo quando você chega na estação Harujuku já nota que o ambiente é um pouco diferente, a estação é pequena e em uma construção que mais parece uma casa.
Saia da estação e vá em direção a saída Omotesando, do lado direito você verá uma grande área verde com um enorme pórtico que é o Primeiro Torii do templo.
Atravesse o portão e você estará entrando na área de um dos maiores templos xintoístas do Japão, o Meiji Jingu. Ele foi concluído em 1921 e sua construção foi dedicada ao Imperador Meiji e sua esposa, a imperatriz Shoken – importante imperador responsável pela Restauração Meiji que deu fim a uma política feudal no Japão e ocorreu entre 1866 e 1868.
O templo, como várias estruturas da cidade, foi destruído nos bombardeios durante a Segunda Guerra e sua reconstrução foi finalizada em 1958. Uma curiosidade é que as mais de 120 mil árvores do parque que o circunda foram doadas por pessoas de várias regiões do Japão para ajudar na reconstrução do templo.
Ao longo do caminho você encontrará o Museu do Templo e uma loja de artigos xintoístas além disso, em alguns dias é possível encontrar barracas de comidas típicas. A beleza e a calma que o local oferece faz esquecer que estamos em uma das maiores metrópoles do mundo.
Você passará por uma pilha de barris de saquês (Barrels of Sake Wrapped in Straw) que são doados anualmente pelas diversas famílias produtoras da bebida como oferenda para os deuses para prosperidade da produção.
Mais à frente, você atravessará pelo segundo Torii (portão) e entrará na área do templo. A cultura xintoísta acredita que o mal do mundo vem de espíritos ruins por isso antes de entrar no templo existe um local de purificação (fonte) onde purificamos nossas mãos e boca. Segundo a tradição, primeiro lava-se a mão esquerda, depois a direita, depois a boca e por fim as duas mãos.
Quando estivemos no templo tivemos a oportunidade de presenciar um casamento típico xintoísta; é sempre uma boa experiência poder vivenciar a cultura tão de perto.
Takeshita-dori
Falando em cultura diferente, o próximo destino tem isso de sobra. Volte em direção a estação Harujuku, atravesse a avenida e entre na rua Takeshita-dori. Essa rua é conhecida pelas lojas extravagantes, diversos tipos de comidas servidas em formatos excêntricos e muito cosplay (um tipo de representação com fantasias e incorporação de personagens) de animes japoneses, principalmente aos domingos.
As ruas paralelas também são bem interessantes e muito menos exploradas pelos turistas e valem a sua atenção.
Avenida Omotesando
Passeie pela rua e vá descendo em direção à Avenida Omotesando que é a “Champs-Élysées” de Tóquio, seja pela avenida larga e arborizada seja pelas marcas de grife internacionais. Vá até a estação de metrô Omotesando e pegue a linha Ginza até Shibuya Station para conhecer o mais movimentado cruzamento do mundo!
Cruzamento de Shibuya (Shibuya's Crossing)
O bairro Shibuya é marcado pela alta concentração de pessoas circulando, lojas e restaurantes variados. Sem dúvida, um de seus principais pontos é o cruzamento entre as avenidas Inokashira e Dogen-zaka que conta com 8 semáforos que abrem todos simultaneamente e permitem cerca de 2500 pessoas atravessarem as ruas ao mesmo tempo!
Experimente o cruzamento de duas maneiras distintas: atravesse junto com a multidão e depois observe tudo de cima.
Numa das pontas do cruzamento tem uma loja do Starbucks que oferece no segundo andar um ótimo ponto de visualização – precisa consumir algo da loja e disputar um lugar na janela com outros clientes; além disso, outras marcas também possuem cafés nesse mesmo shopping como a L’Occitane Cafe e funciona no mesmo jeito de consumir e buscar um bom lugar para sentar.
No shopping Magnet by Shibuya 109, no sétimo andar, você encontra um observatório do cruzamento por uma taxa de acesso que varia conforme a época e um novo empreendimento chamado de Shibuya Scramble Square oferece vistas panorâmicas de toda a cidade não só do cruzamento do alto de 229m, por tarifas em torno de 2000 ienes.
Estátua Hachiko e Center Gai
Na frente da estação Shibuya, em uma das pontas do cruzamento, está a estátua em homenagem à Hachiko – o cão leal que esperou o seu dono retornar até a sua morte, essa história foi contada pelo filme japonês “A história de Hachiko” de 1987 e em 2009 pela produção Hollywoodiana de “Hachi”. A estátua está sempre lotada e como você já estará por ali não custa visitá-la. Ao lado da loja do Starbucks tem uma rua chamada BasketBall street, ela é conhecida como Center Gai e é um local onde você encontrará diversos restaurantes de rua, pubs e bares.
Dependendo da hora que você estiver por ali já pode começar a preparar o Happy Hour.
Dia 3: Shinjuku e Torre de Tóquio
O bairro de Shinjuku é um dos mais vivos da cidade, inclusive pois nele está a maior estação de metrô/trem da cidade e uma das maiores do mundo com um fluxo de cerca de 3,4 milhões de pessoas diariamente – estação Shinjuku.
De um lado temos o centro financeiro e empresarial da cidade e de outro encontramos uma das mais tradicionais noites de Tóquio: Kabukicho, Golden Gai e o Omoide Yokocho (Piss Alley – “beco do mijo”).
Kabukicho é chamado de “distrito da luz vermelha” apesar de não ser literal a presença da cor na região, ela é conhecida pela prostituição, casas de massagem e motéis. Porém, também encontramos diversas lojas, restaurantes e casas de videogames. Esse é um distrito que nunca dorme – independente da hora que você estiver na rua você encontrará o que fazer e comer.
Ele compreende a área entre a avenida Kuyakusho-dori e as linhas do trem. Um alerta é válido: não entre em nenhum bar que você seja convidado por alguém na rua prometendo descontos e afins, você vai pagar muito mais do que imagina.
O Golden Gai é um área de 3 ruas paralelas que abrigam quase 200 bares! Pertence a uma cena mais underground da cidade em que os lugares possuem 6 ou 7 lugares e para você sentar precisa consumir algo. Sem dúvida é uma experiência interessante mesmo se você não entrar e só entender (ou pelo menos tentar entender) a dinâmica do lugar.
Já o Piss Alley é a versão de restaurantes do Golden Gai, são inúmeros restaurantes um ao lado do outro em que você senta no balcão e prova uma comida bem tradicional – uma das mais procuradas é o yakitori (um espetinho grelhado de carne de frango).
Esses dois lugares são redutos de uma Tóquio mais antiga que sobreviveu aos arranha-céus e grandes complexos de lojas, por isso a visita fica mais interessante.
Durante o dia o bairro também oferece uma boa gama de atrações. A prefeitura municipal (Tokyo Metropolitan Government Office) fica em Shinjuku e de lá é possível subir em uma das torres gratuitamente e ter uma bela visão da cidade. Próximo a ela está o Shinjuku Gyoen, um parque muito bonito com alguns restaurantes no seu interior e um tradicional jardim japonês.
Para quem gosta de compras o bairro possui a enorme loja de departamentos Isetan com prédios separados de roupas masculinas e femininas com uma infinidade de marcas e estilos.
Torre de Tóquio
Se ainda sobrar fôlego para esse dia, termine-o visitando a Torre de Tóquio uma gigante antena de transmissão de rádio e TV que “lembra” (para não dizer copia) a torre Eiffel de Paris. A subida custa 1200 ienes para o primeiro deck (150m) e 3000 ienes para ambos (150m e 250m), confira mais informações aqui.
Próximo à ela fica um pequeno templo budista, o Shinkokyo-in muito bem conservado e que vale a visita caso você esteja pela região.
Dia 4: Palácio Imperial, Mercado Tsukiji, Ginza
O Palácio Imperial é a residência oficial do Imperador do Japão desde a transição da capital de Kyoto para Tóquio em 1868 após a restauração Meiji. Antes disso ele era conhecido como o Castelo de Edo e era propriedade de um Xogun (espécie de senhor Feudal).
O lugar passou por diversas renovações, incêndios e mais recentemente – no bombardeio de 1945 – foi destruído na Segunda Guerra. Foi no subsolo do palácio, mais precisamente na Biblioteca de Sua Majestade, que o imperador decidiu pela rendição do Japão em agosto de 1945.
Na década de 60 aconteceu a reconstrução do local e culminou com a abertura de algumas partes como parques públicos – Parque Kitanomaru e os Jardins Exteriores.
Somente é permitido ao povo entrar 2 vezes no ano na parte interna do Palácio: no Ano Novo e no aniversário do imperador. Também é possível fazer visitar guiadas e elas devem ser reservadas pelo site oficial, tem a duração de 75 minutos, ocorrem às 10h ou 13h30 de terças a sábados e possuem áudio guia em inglês pois a excursão é em japonês.
Jardins do Palácio (East Gardens)
Sugiro iniciar pela área do “East Gardens” (jardins do Leste) e depois ir contornando os fossos do castelo para admirar as diversas paisagens desse reduto verde no meio do caos de Tóquio.
A estação mais próxima desses jardins é a Otemachi, mas a Estação Tóquio fica a 10 minutos de caminhada também. Como você iniciou o dia com uma bela caminhada já deve estar próximo da hora do almoço e para deixar o seu passeio mais tradicional nada melhor do que visitar (e provar) as bancas do antigo mercado de peixes Tsukiji.
Mercado Tsukiji e Mercado Toyosu
Em 2018 o tradicional mercado fechou as portas após mais de 80 anos de serviço e foi recolocado em uma área próxima e mais moderna em Toyosu. Essa nova área é mais organizada e conta com toda a parte de logística de distribuição dos pescados e também com bancas de comida.
Mesmo que o local antigo esteja com os dias contados (dizem que será transformado em um centro de convenções) muitos comerciantes (mais de 500 para ser mais preciso) mantiveram suas lojas e restaurantes em funcionamento nas ruas adjacentes do mercado e assim mantém viva a tradição do local.
A grande diferença e que causou um pouco de alvoroço nos turistas foi que no novo mercado não é possível acompanhar o famoso leilão de atum (alguns já foram arrebatados por milhares de dólares) que acontece às 5h da manhã – no Tsukiji era possível chegar muito cedo pegar uma senha e um número limitado de turistas por dia podia acompanhar esse momento.
Diferenças à parte, em qualquer um dos lugares escolhidos boa comida e opções não vão faltar.
Foi nesse dia que escolhemos sentar em um restaurante e provar o conhecido sushi na esteira: uma grande área de preparação dos sushis é envolta por bancada e uma esteira em que os pratos com os alimentos montados são dispostos e cada cliente escolhe visualmente o que vai comer, como cada cor de prato possui um preço no final a conta é fechada com base nos seus pratos acumulados.
Não foi o melhor sushi que já comemos na vida mas sem dúvida estava muito fresco e saboroso e definitivamente vale a experiência.
Não conseguimos experimentar porém, tivemos boas indicações do sushi Katsu Midori que fica em Shibuya e é nesse formato de esteira.
Ginza
Após estar saciado, aproveite para caminhar em direção norte à luxuosa área de Ginza, um dos bairros mais tradicionais e – para quem quiser gastar um pouco mais – com diversas opções de restaurantes e lojas sofisticadas.
A avenida principal do bairro é a Harumi-dori.
Dicas Bônus
Outras opções de passeio para quem tem alguns dias a mais ou conseguiu fazer sobrar um tempinho dos seus 4 dias:
Odaiba
Essa região na verdade é uma ilha artificial que fica ao sul de Tóquio, ela é conhecida por ser um pouco mais moderna devido aos seus numerosos prédios, shoppings e atrações. Para chegar você pode usar o metrô e descer na Odaiba Station ou cruzar a Rainbow Bridge (ponte do arco-íris) à pé.
Lá você encontrará atrações para todas as idades desde LegoLand, praia e esportes aquáticos até um Onsen (águas termais em que as pessoas tomam banho nuas em conjunto, muito tradicional no Japão sem nenhuma conotação sexual).
Inicie seu passeio pela praia e o parque que fica próximo, aproveite para observar (e fotografar) o Skyline da Tóquio continental com todos os seus contrastes e a ponte – se for perto do pôr do sol também é uma vista incrível.
Após caminhe para avenida principal e visite alguns dos shoppings caso tenha interesse, um pouco mais à frente é possível ver a Estátua da Liberdade de Tóquio.
Ela foi apresentada à população em 1998 e por ter sido muito bem recebida retornou em 2000 e foi fixada em Odaiba, assim como a original em NY ela foi um presente dos franceses e representa a a amizade entre França e Japão.
Um pouco mais ao leste da ilha fica a Roda Gigante de Tóquio com seus 115m e com uma volta de aproximadamente 16 minutos é uma das maiores do mundo.
Tóquio Disneyland e Disney Sea
Os parques temáticos ficam mais ao sul de Tóquio e são ligados por trem – desça na estação Maihama.
O Tokyo Disneyland é muito parecido com o parque de Orlando, nos EUA, em menores proporções. Já o Disney Sea é exclusivo do Japão e foi desenhado tendo o mar e fenômenos aquáticos da natureza como foco principal.
Continuem Reservando pelo Mundo conosco e até a próxima!